
Novas regras do Crédito do Trabalhador permitem troca de dívidas por juros menores
O programa Crédito do Trabalhador passou por mudanças significativas, oferecendo agora a possibilidade de substituição de empréstimos consignados ou Crédito Direto ao Consumidor (CDC) por operações com taxas de juros reduzidas. A medida, que já está em vigor, promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores, mas especialistas alertam para os riscos de aumento do endividamento.
Como funciona a troca de dívidas?
As instituições financeiras habilitadas já podem oferecer a migração diretamente por meio de seus canais digitais. O processo consiste em três etapas:
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Contratação de um novo empréstimo consignado via Crédito do Trabalhador
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Quitação da dívida anterior com os recursos obtidos
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Possibilidade de solicitar crédito adicional, caso haja margem consignável disponível
Vale destacar que a obrigatoriedade de redução das taxas de juros tem validade até 21 de julho – um período de 120 dias para que os trabalhadores aproveitem as condições mais vantajosas.
Vantagens e riscos
Segundo Washington Barbosa, especialista em direito previdenciário, a medida traz benefícios, mas também exige cautela:
✔ Pontos positivos:
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Redução do custo do dinheiro, diminuindo as despesas mensais
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Facilidade de acesso a múltiplas instituições financeiras
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Processo simplificado para refinanciamento
✖ Riscos:
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Estímulo ao consumo desnecessário, podendo levar a um ciclo de endividamento
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Possibilidade de as pessoas usarem o crédito para gastos imediatos, sem planejamento
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Efeito temporário na economia (“voo de galinha”) se não houver controle
Impacto no mercado
O governo federal espera transferir parte significativa dos R$ 120 bilhões em empréstimos consignados e CDCs para o Crédito do Trabalhador. Até 24 de abril, dados mostram que:
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R$ 8 bilhões já foram liberados em operações privadas
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1,5 milhão de contratos foram formalizados
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1,4 milhão de trabalhadores beneficiados
Os estados com maior volume de contratações são:
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São Paulo
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Rio de Janeiro
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Minas Gerais
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Rio Grande do Sul
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Paraná
Como migrar para o Crédito do Trabalhador?
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Contate seu banco: Verifique se a instituição oferece a portabilidade
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Compare taxas: Avalie se a proposta é realmente vantajosa
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Opte pela portabilidade (se necessário): Caso as condições não sejam favoráveis, é possível transferir a dívida para outra financeira
O sistema da Dataprev gerencia todas as operações, enquanto o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) monitora as taxas e o perfil dos tomadores.
Fique atento!
Apesar das vantagens, é essencial analisar:
✅ Taxa de juros real (incluindo seguros e tarifas)
✅ Prazo e valor das parcelas (evite comprometer mais de 30% da renda)
✅ Necessidade real do crédito (evite contrair dívidas por impulso)
A medida pode ser uma oportunidade para reorganizar as finanças, mas exige consciência financeira para não cair em uma espiral de endividamento.