IBGE: Indústria de Alimentos Cresce Enquanto Setor Automobilístico Apresenta Retração na Última Década

A indústria de transformação de alimentos destacou-se como a que mais cresceu no Brasil na última década, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre 2013 e 2022, o setor registrou um avanço de 3,6 pontos percentuais, passando de 18,9% para 22,5% de participação no mercado. Em contraste, a indústria automobilística sofreu uma queda significativa, com uma retração de 3,4 pontos percentuais, reduzindo sua participação de 11,3% para 7,9% no mesmo período.

Crescimento da Indústria de Alimentos

O crescimento da indústria alimentícia foi impulsionado pelo aumento do consumo interno e externo, mantendo a liderança na geração de empregos no setor industrial. Em 2022, a fabricação de alimentos empregou 1,9 milhão de pessoas, um aumento de 9,3% em relação a 2013, que teve 161,2 mil trabalhadores. O crescimento pós-pandemia também foi notável, com 62,3 mil novas contratações em comparação com 2021.

Synthia Santana, gerente de Análise Estrutural do IBGE, destaca que o setor alimentício foi a principal atividade industrial em 13 das 27 unidades da federação. “Esse crescimento pode ser explicado pela aceleração dos preços dos alimentos, devido ao aumento da demanda interna e externa, bem como pela poupança forçada dos consumidores durante a pandemia”, explica o economista Newton Marques.

Desempenho do Setor Automobilístico

Por outro lado, a indústria automobilística enfrentou um cenário de retração, especialmente na fabricação de reboques e carrocerias. A mão de obra contratada neste segmento caiu 5,6% em 2022, em comparação aos 8,3 milhões de trabalhadores empregados na indústria. Nos últimos dez anos, houve uma redução de 15,2% no emprego e uma diminuição na remuneração média de cerca de 1,3 salários mínimos.

“Diminuíram também o porte médio das empresas em cerca de 48 pessoas por empresa, e a concentração do setor em cerca de 5,2 pontos percentuais”, observa Synthia Santana.

Contexto e Perspectivas

Os números revelam um dilema na indústria nacional, que enfrenta picos de crescimento e estagnação dependendo do setor. Em 2022, a indústria empregava 8,3 milhões de pessoas, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior e de 8,8% em relação ao período pré-pandemia. No entanto, comparado a 2013, houve uma retração de 8,3%.

A redução de 745 mil postos de trabalho em dez anos ocorreu em três das cinco atividades que mais empregam: indústria do vestuário, minerais não metálicos e produtos de metal.

“Os resultados da PIA 2022 estão inseridos em um contexto de recuperação da indústria brasileira, com a retomada do crescimento econômico e o arrefecimento da inflação”, conclui Synthia.

Fatores Socioeconômicos

O setor alimentício continua a se beneficiar da alta demanda e dos preços elevados dos alimentos, enquanto a indústria automobilística ainda enfrenta desafios significativos. “O aumento do faturamento da indústria de alimentos permitiu maior contratação de mão de obra”, afirma Newton Marques. Ele projeta expectativas positivas para os próximos anos, aguardando novos dados do IBGE em 2025.


Para mais detalhes sobre a Pesquisa Industrial Anual e outras análises econômicas, acesse o site do IBGE.

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